Comportamento, Lifestyle
image0
“Foi uma transformação de dentro para fora” Autoconhecimento e imagem revelam o alto custo de ser mulher na sociedade
Saiba por que ser mulher custa mais caro - Revista Marie Claire | Notícias

Pesquisa mostra que mulheres gastam até três vezes mais que homens para se manter na sociedade

Ser mulher custa caro! Isso não é achismo ou coincidência, é fato. Para se manter na sociedade, a mulher acaba gastando mais que o triplo do que o homem. Uma pesquisa feita pelo Meu Patrocínio, entre homens e mulheres, mostrou que enquanto os homens gastam em média R$350,00 por mês, as mulheres chegam a gastar R$1.480,00 — valor equivalente a 54% da renda mensal feminina.

O peso dos gastos femininos

Esses gastos estão ligados principalmente a vestuário, cosméticos e tratamentos de beleza.

  • Só em roupas, segundo o IBGE, a média mensal pode chegar a R$200,00.
  • Já na área de cosméticos, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, esse valor pode alcançar R$100,00.
  • Como maquiagem e cabelo são considerados essenciais na rotina de muitas mulheres, o custo pode ultrapassar R$200,00 mensais.

Leia mais: Coach aposta em coleção inspirada nas ruas nova iorquinas para NYFW

Claro que tudo isso tem a ver com o machismo estrutural e o capitalismo, que nos empurram para um consumo quase obrigatório. Mas, se não seguimos essas regras, como seremos vistas? É óbvio que podemos romper padrões de beleza e escolher outros caminhos, mas, ao mesmo tempo, para participar de determinados espaços e sermos reconhecidas de uma certa forma, ainda precisamos atender a algumas exigências sociais.

A forma como nos portamos, falamos, agimos e nos vestimos fala por nós antes mesmo da nossa voz. A semiótica explica isso de forma clara: não se limita à análise da linguagem verbal, mas se estende também às roupas, aos sons, aos gestos e aos comportamentos.

Semiótica na prática

Dona de uma gráfica há 19 anos, Precidia Silva afirma que o autoconhecimento transformou sua imagem: “foi uma transformação de dentro para fora”. Para ela, se queremos ocupar determinados espaços, precisamos nos ajustar em algum nível. Precidia resume: “Vejo o quanto a imagem faz diferença na maneira como sou percebida e valorizada. É como afirmar: ‘eu estou aqui e sei exatamente onde quero chegar’ — sem dizer nada.”

Como mulher negra, ela reconhece que essa cobrança é ainda mais intensa: “ser mulher e negra me fez entender, desde cedo, a importância do posicionamento.”

Histórias como a da Precidia deixam claro que autoconhecimento, consciência e reinvenção são escolhas que independem do lugar onde estamos. No fim, ser mulher custa caro — mas custa ainda mais não ser vista.