Entre tradição e ruptura, o novo diretor criativo apresenta uma Chanel cósmica, leve e emocional — um recomeço que fala sobre liberdade.
O Grand Palais nunca pareceu tão fora da Terra. Sob um céu de constelações suspensas e luzes que dançavam como estrelas, Matthieu Blazy estreou como diretor criativo da Chanel e transformou a Semana de Moda de Paris em um espetáculo de renascimento. A atmosfera cósmica do desfile, que unia passado e futuro, marcou o início de uma nova era para a maison.
Conhecido por seu olhar arquitetônico e sensibilidade artesanal, Blazy apresentou uma coleção que parecia orbitar em torno da ideia de leveza. O tweed, as pérolas e as camélias, símbolos eternos da Chanel, reapareceram com nova energia: mais soltos, mais humanos, mais reais. Vestidos fluidos e tailleurs com estrutura desconstruída traduziam o desejo de movimento, enquanto transparências e brilhos sutis davam à feminilidade um tom moderno e luminoso.

A cartela de cores transitava entre tons neutros e metálicos, como se o luxo se encontrasse com o silêncio das estrelas. Havia algo de íntimo e cósmico ao mesmo tempo: um equilíbrio entre o ateliê e o infinito.
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Na plateia, nomes como Tilda Swinton e Nicole Kidman reforçavam a dimensão simbólica daquele momento. Blazy não apenas assumiu um dos cargos mais lendários da moda, mas também deu à Chanel uma nova linguagem, mais livre, mais emocional, menos presa a fórmulas.
“Quis celebrar o espírito de quem veste Chanel, e não apenas a sua história”, disse o designer nos bastidores. O resultado é uma coleção que parece falar sobre continuidade e coragem, sobre o poder de olhar para o céu e enxergar, ali, o reflexo da própria essência.